2015
Duetos – 8 assaltos
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“Duetos” baseia-se numa peça, de 2013, de Alfonso Vallejo, dramaturgo, poeta, pintor e neurologista espanhol, nascido em Santander em 1943.

Com o título original de “Duetto. Diezasaltos y undesliz, para unactor y una actriz”, Alfonso Vallejo reúne nesta obra um conjunto de textos para dois atores que, em tom muitas vezes desconcertante e bizarro, abordam problemas sociais da atualidade: o desemprego, a crise económica, a perda da dignidade e o suicídio, a violência…

Da obra, o nosso espectáculo “Duetos – 8 assaltos” apresenta oito quadros. São oito fragmentos do mundo em que vivemos. Neles assistimos a ataques, a um contínuo de investidas entre as personagens, a um jogo de agressão que se exerce sobre o outro, sobre si próprio, sobre o mundo. Mas simetricamente, cada um desses quadros, no fundo, encerra também um sistema reflexo de defesas, uma sucessão de réplicas, de contragolpes, com que as personagens aparam as arremetidas e agressões a que são sujeitas. São sucessivos combates num mundo que se tornou selva e em que parecem não restar, para o outro e para si, senão os papéis de predador ou de presa.

Os jogos de luta de “Duetos – 8 assaltos” mostram a carne e as feridas das personagens num lugar que deixou de lhes ser familiar. Dentro daquelas personagens e ao fundo deste espaço há um mundo em crise, que se autodestrói, como um chão que se dissolve ou as paredes que se esboroam. São também jogos de teatro, em que o exercício das duplas de atores se expõe aos múltiplos olhares do público sobre arena aberta e em que se pretendeu marcar, na construção da cena/das cenas, o artifício próprio da “verdade” teatral.

Os oito assaltos de Duetos são oito encontros de desencontros. Em cada dueto, há personagens que se encontram. Mas os encontros não acontecem porque são escolhidos, desejados ou queridos, aqui e agora. Cada encontro é uma sobra de outras escolhas, uma deformação do desejo ou de vontades dissolutas. São escombros de homens e mulheres e das suas relações, sequelas de desastres, feridas abertas na face desfigurada do mundo.”

João Paulo Janicas

Ficha Técnica

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    Texto Alfonso Vallejo
    Revisão da tradução Juan Hernández
    Encenação João Paulo Janicas
    Cenografia e figurinos Filipa Malva
    Penteados Carlos Gago/Ilídio Design
    Desenho de luz Nuno Patinho
    Sonoplastia Hugo Oliveira
    Adereços Delphim Miranda
    Fotografia de cena Paulo Abrantes
    Cartaz e Programa Ana Biscaia
    Caracterização Teresa Paula Lopes
    Operação de luz e som Hugo Oliveira, João Nelas, Nuno Patinho e Nuno Eufrásio
    Costura Ilintina Marques
    Serralharia José Baltazar
    Produção executiva Sofia Vieira
    e ainda o apoio de Adérito Araújo, Mariana Gomes, Vasco Nogueira e Manuel Lage

    Elenco
    Alexandra Silva, João Maria André, Cristina Janicas, Eurídice Rocha, João Pedro Gama, José Castela, Maria José Almeida, Maria Manuel Almeida, Rui Damasceno e Vítor Carvalho

    Produção
    Cooperativa Bonifrates

    Espectáculo integrado na programação da 17ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra, “UC 725 Anos: Tempo de Encontro(s)”

    Apoios
    Câmara Municipal de Coimbra
    Universidade de Coimbra
    Ilídio Design Cabeleireiros
    Diário As Beiras Diário de Coimbra RUC
    Um agradecimento especial à Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra

Itinerância

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Apoios

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Parcerias

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Ficha Técnica

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